CHANÇABLOG 2.0

Nova versão revista e melhorada

terça-feira, junho 28, 2005

Falar de jogos tradicionais é relembrar a nossa juventude. Não é que eu me considere um velho, que só me lembro de coisas do Arco da Velha. Mas nas últimas décadas as coisas tem mudado tão rapidamente que falar no Jogo do Eixo ou no Pião ou no Berlinde é falar de peças de museu.
Esse museu situa-se nas nossas cabeças, arrumados na estante das lembranças.
Nessa estante existe uma prateleira que deve estar bem acessível pois é nela que nós guardamos todas as recordações que dizem respeito ás brincadeiras. No dia que nos esquecer-mos dessa prateleira deixamos de ser criança e então estamos tramados.
Muitos já se esqueceram, mas lá no fundo basta uma conversa com "rapazes do nosso tempo" para fazer nascer a criança que temos dentro de nós, salvo seja.

Na nossa terra jogava-se um jogo que hoje pouco se ouve falar. À dias, vi na televisão uma reportagem sobre uma qualquer aldeia do Baixo Alentejo que se jogava "À pata". Lembram-se? Afiava-se um pau com dois bicos, batia-se numa das pontas, o pau subia, e qual batedor do basebol americano, batiamos no pau para o mais longe que conseguisse-mos. Já não me lembro das restantes regras, mas o que interessa é que não nos esquecamos desses tempos.

Hoje li um livro infantil que falava dos homens cinzentos que vinham roubar os objectos das nossas memórias. Só as crianças conseguiam que eles fossem embora. Espero que a criança que está em nós possa correr com os homens cinzentos que levam o nosso passado.


0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial